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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Para o Ano Que Começa

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Sl 100.1-2).

O ano velho terminando, o ano novo começando, vamos nos perguntar: Como deverá ser minha vida com Deus neste novo ano? Quais serão minhas prioridades? O que o Senhor espera de mim? Para acharmos as respostas, voltemos ao Salmo 100: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (vv.1-2).

– O Salmo 100 não começa dizendo apenas “Celebrai ao Senhor”, mas: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”.

– Ele não diz apenas “Servi ao Senhor”, mas: “Servi ao Senhor com alegria”.

– Não está escrito somente “apresentai-vos diante dele”, mas: “apresentai-vos diante dele com cântico”.

Neste momento, tomemos a decisão de crescer na gratidão ao Senhor, ganhando almas para Jesus. Não vamos apenas servi-lO neste novo ano, mas servir a Ele com alegria. Além disso, não nos apresentemos simplesmente diante dEle, mas cheguemos à Sua presença “com cântico”.

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras”
Chama a atenção quantas vezes somos conclamados na Bíblia a louvar e adorar ao Senhor. A Escritura deixa bem claro quem deve louvar e adorá-lO, quem deve celebrar com júbilo ao Senhor:

– Seus santos: “Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome” (Sl 30.4).

– Israel : “Casa de Israel, bendizei ao Senhor; casa de Arão, bendizei ao Senhor; casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor” (Sl 135.19-20).

– Os gentios: “Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos” (Sl 117.1).

Até os céus, a terra e os montes devem exaltá-lO: “Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13). No mesmo versículo encontramos a razão de todo esse júbilo: “porque o Senhor consolou o seu povo e dos aflitos se compadece.” A Bíblia fala de mais razões para louvar a Deus, por exemplo: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; cantai louvores ao seu nome, porque é agradável” (Sl 135.3). Ou: “Exaltado seja o Deus da minha salvação” (Sl 18.46). “Por causa da sua misericórdia... Por isso te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome” (Rm 15.9). Ou pensemos nas tantas vezes em que Sua bondade infinita é louvada e exaltada em cânticos: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1; 107.1; 118.1; 136.1; etc.).
“Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos” (Is 49.13).

Inúmeras pessoas, inclusive muitos cristãos, infelizmente, esquecem de louvar e agradecer, de celebrar com júbilo ao Senhor! Mas o louvor a Deus não deve ser expresso apenas através de palavras. O próprio Senhor Jesus exorta os crentes a viverem uma vida santificada para que os outros, aqueles que nos observam, possam louvar ao Senhor: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). E Pedro escreve em sua primeira epístola: “mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12). Se a nossa vida for um testemunho autêntico do poder renovador de Deus, então outros serão levados a entoar conosco o louvor a Deus. Vamos juntos, neste ano que começa, fazer com que o louvor ao Senhor ecoe de nossas vidas de maneira renovada! Se vivermos de acordo com nossa elevada vocação, coisas grandiosas acontecerão!

“Servi ao Senhor com alegria!”
Não devemos simplesmente servir ao Senhor; vamos fazê-lo “com alegria” (Sl 100.2). Isso significa levar Filipenses 2.14 a sério: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas”. “Murmuração” é reclamar, é demonstrar falta de vontade e reagir negativamente. Servir ao Senhor “com alegria” significa servi-lO sem murmurar, sem reclamar, sempre de boa vontade.

Talvez alguém pergunte: “Quando acontece alguma coisa comigo, como posso saber o que vem do Senhor, o que resulta das circunstâncias ou o que procede das pessoas que me cercam?” Se respondêssemos essa pergunta de maneira direta e imediata, certamente consideraríamos sempre como vindas do Senhor aquelas coisas que nos agradam. Então tudo seria muito fácil, não teríamos o menor problema em servi-lO com alegria, sem murmurar e sem reclamar. Mas muitas vezes não é simples separar o que vem de Deus daquilo que procede de homens ou das circunstâncias. Por quê? Porque no final das contas tudo vem dEle! Nem sempre Deus é o causador direto do que se passa conosco, mas Ele permite que as coisas aconteçam em nossas vidas. Se aceitarmos essa verdade e eliminarmos toda a murmuração de nosso coração, perseverando nessa atitude, então estaremos servindo ao Senhor com alegria!
Louvar e agradecer: muitos cristãos, infelizmente, esquecem de fazê-lo.

Paulo escreveu a um grupo de escravos em Éfeso: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo” (Ef 6.5). Esses escravos, ao se submeterem à autoridade de seu senhor, não estavam submetendo-se apenas a ele mas também a seu Mestre celestial. E a maneira como exerciam seu serviço demonstrava que estavam servindo ao próprio Senhor com alegria, da maneira como Paulo o definiu: “como a Cristo’. O mesmo vale para nós: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Ec 9.10). E: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl 3.23). É assim que servimos ao Senhor “com alegria”!

“Apresentai-vos diante dele com cântico”
O próprio Senhor Jesus demonstra o que isso significa: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Lc 10.21). Jesus havia se apresentado diante de Seu Pai para trazer-lhe Sua gratidão e Seu louvor, e Seu coração se rejubilava de alegria. Como havia surgido essa alegria tão grande? Será que se tratava de uma simples emoção que tomou conta dEle? Não, não foi o que aconteceu. Está escrito: “naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...”

Em 1 Tessalonicenses 5.19 lemos: “Não apagueis o Espírito”. Muitas vezes o Espírito Santo anseia por nos levar a um intenso júbilo espiritual, especialmente quando Ele consegue realizar sua maior obra, que Cristo descreve como sendo: “Ele (o Espírito Santo) me glorificará” (Jo 16.14). Justamente nesses momentos, quando o Espírito está despertando em nós uma grande alegria pela pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, quando está glorificando ao Filho diante de nossos olhos espirituais, não deveríamos impedi-lO de realizar Sua obra em nós, não deveríamos abafá-lO, mas permitir que esse júbilo, essa alegria intensa tenha livre acesso a nossos corações. Muitos talvez se sintam constrangidos e procurem sufocar as manifestações de intensa alegria que o Senhor nos concede, por temerem que elas possam vir de uma fonte que não é pura. Naturalmente precisamos ter cuidado para não cair em um cristianismo só de sentimentos, como infelizmente tem acontecido com muitas igrejas. Mas existe realmente essa grande alegria no Espírito, esse júbilo de que Jesus nos deu o exemplo: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo...” Essa “exultação” significa, no texto original, “um júbilo intenso, que nos leva a demonstrar alegria, a cantar e a expressar nossa intensa satisfação, nosso profundo deleite. Jesus não exultou apenas em Suas emoções, pois Sua alegria era gerada pelo Espírito Santo.

“Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 106.1).

Que neste início de ano o Salmo 100 sirva de impulso para que nos apresentemos ao Senhor com cântico. Vamos fazê-lo? Vamos gravar profundamente em nossos corações essa conclamação? Não esqueçamos: um júbilo produzido pelo Espírito Santo glorifica e alegra nosso Senhor! (Marcel Malgo - http://www.apaz.com.br)

Via http://www.apaz.com.br/

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Programa Conselho de Jetro - Dívidas (Pv 22:7b)

Há dívida saudável?
Clique e confira o programa sobre "Dívidas" baseado em Provérbios 22:7b.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Entrevista com Dr. Rodrigo Pereira no Jô Soares

Excelente entrevista com o Dr. Rodrigo Pereira da Silva no programa do Jô Soares, no dia 29/11/2010. Dr. Rodrigo é arqueólogo, formado também em teologia e está terminando seu segundo doutorado em arqueologia clássica pela USP. Além de lecionar, dirige um museu do antigo Mediterrâneo e Oriente Médio no UNASP.


O mesmo dá um ótimo testemunho do Cristianismo no ponto de vista arqueológico e histórico. Vale a pena assistir:





quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Paz no Natal

"Paz na terra" foi a alegre mensagem das multidões de anjos aos pastores quando Jesus nasceu. Essa paz prometida foi uma expressão da boa vontade de Deus para com os homens.

Há muitos anos tive uma conversa com um judeu que me perguntou com visível ansiedade: "Quando virá o tempo de que fala Isaías (2.4), quando as espadas se transformarão em relhas de arado e as lanças em podadeiras, quando uma nação não mais levantará a espada contra outra nação e nem aprenderão mais a guerra, quando até os animais selvagens serão mansos, quando o lobo e o cordeiro habitarão juntos e um menino apascentará o bezerro, o leão novo e o animal cevado (comp. Is 11.6-9)?" Nitidamente pude perceber em sua voz a tristeza e o lamento pelas guerras sem fim, pela inimizade entre Israel e seus vizinhos. Infelizmente, não pude dar-lhe uma resposta à sua pergunta sobre quando virá essa paz prometida por Deus. Mas que um dia ela virá, disso não resta a menor dúvida!

A época do Natal é uma oportunidade especial para agradecermos a Deus por Jesus, que trouxe paz aos nossos corações, pela Sua mensagem e por nos dar o Espírito da paz. A paz é chamada de fruto do Espírito em Gálatas 5.22. O mundo procura desesperadamente pela paz, pensemos apenas no processo de paz no Oriente Médio e nas negociações que deveriam trazer a paz. Com tudo isso não se alcança a paz da qual a Bíblia fala. Quando muito se alcançará uma paz relativa. Só a paz de Deus que, conforme Filipenses 4.7 excede todo o entendimento, consegue nos dar verdadeira paz em meio a este mundo inquieto. É dessa paz que falam as multidões de anjos. Será que depende de Deus ou dos homens essa paz reinar ou não? Será que podemos fazer alguma coisa para que Deus possa realizar Sua boa vontade aqui na terra? Realmente depende muito de nós, homens, nos apropriarmos dessa oferta de Deus, de valorizarmos esse grandioso gesto de boa vontade de Deus para conosco, de permitirmos que a paz anunciada no Natal se torne realidade em nossas vidas. Por isso o tempo de Natal também deve ser um tempo de reflexão, um tempo de voltarmos para Deus!

Por ocasião do nascimento de Jesus, havia pessoas em Israel que depositavam sua confiança em Deus e que esperavam pelo Salvador prometido por Deus. Sempre havia um remanescente que esperava em Deus. E como é hoje em dia? Em que baseamos nossa esperança? Será que ela está depositada no progresso ofuscante e sedutor deste mundo ou nossa esperança está colocada unicamente em Deus? Somos realmente pessoas que esperam em Deus? Só assim experimentaremos aquilo que Ele promete em João 14.27: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." É assim que, em meio a este mundo agitado, poderemos ter a paz que ninguém conseguirá nos tomar! (Fredi Winkler - http://www.apaz.com.br/)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crentes são atacados no Twitter

Piadas preconceituosas chegam ao tópico e ofendem até Malafaia Desde o último sábado, dia 11, os evangélicos estão sendo vítimas de ataques no twitter. O tag (ou assunto) ‘Coisa de Crente' sugere, por exemplo, que a ‘crentalhada seja esquartejada e desossada'. Após as criticas, twitteiros cristãos estão promovendo corrente defendendo seus princípios.

O ataque surgiu após o tag ‘coisa de crente' ser criado. Nele internautas teceram criticas com frases como: ‘Daqui a pouco os crente vão chegar no Silvio Santos e lhe oferecer emprestimo por que Jesus banqueiro´; ‘A Luciana Gimenez não convida o Pr Silas Malafaia pra discutir homossexualidade porque ele tem medo da verdade!'
Por conta da polêmica o assunto chegou a liderar o item dos assuntos mais comentados em todo mundo e gerou protesto de evangélicos. O pastor Moises Martins, da Assembleia de Deus em Florianópolis, que tem um perfil no twitter, defendeu uma postura maior dos evangélicos. "Vivemos num país e livre e não podemos impedir este tipo de comentário, mas cabe a nós cristãos tomar a frente e assumir nossa postura. As pessoas falam de coisas que não conhecem. Têm preconceito e o erro nosso é ficar calado. O preconceito existe, mas não pode nos abalar. Quem trabalha sério não se abala".

Fonte: Creio, 14/12/2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dialogando com um adepto da Congregação Cristã no Brasil

No dialogo fictício que se segue, temos o irmão Lutero e o irmão Francisco. Lutero é membro de uma igreja protestante histórica, já Francisco é membro da Congregação Cristã do Brasil (CCB). Esse diálogo, embora fictício, reflete uma realidade incontestável. Veremos porque muitos cristãos hoje têm dificuldades em ver a CCB como uma igreja genuinamente cristã. A proposta aqui é que, embora o credo oficial da CCB não contenha heresias, a atitude observada entre seus membros e lideres não tem correspondido com seus pontos de fé, pontos que estão implícitos os ideais do Protestantismo Histórico. (Não compartilho da idéia que a CCB seja uma seita. Porém, não posso deixar de pensar que seja uma igreja com atitudes exclusivistas. Em vários membros e lideres, nota-se que a salvação está vinculadas ao batismo lá realizado.)

Boa leitura !

( Lutero) – Olá irmão Francisco ! Tudo bem?

(Francisco)- Sim estou bem. E você Lutero?

(Lutero) – Irmão Francisco, você nunca me chama de irmão nem me cumprimenta com uma saudação cristã. Você tem alguma coisa contra mim?

(Francisco)- Não Lutero, eu gosto muito de você, mas é que você não é meu irmão na fé.

(Lutero)- Mas como não Francisco? Nós confessamos o mesmo Senhor, confiamos no mesmo Deus que salva graciosamente por meio de Cristo.

(Francisco)- Mas Lutero, tem muito mais envolvido em crer no mesmo Senhor. Às vezes Deus não se agrada de algumas coisas que sua igreja prega ou faz. Então não temos como comungar a mesma fé. A nossa doutrina não é a mesma.

(Lutero) – Tudo bem Francisco. Eu não acho que minha denominação é perfeita. Mas você acha que tudo na CCB é perfeito?

(Francisco)- Lutero, os homens erram, mas a Congregação é perfeita, é a graça!

(Lutero)- Olha Francisco, estou com dois sentimentos opostos. Admiração e indignação. Acho interessante pensar que a CCB é perfeita, mas dizer que ela é a graça de Deus!? A graça de nosso Deus não pode estar vinculada nem limitada a uma denominação religiosa, por melhor que seja. Somente uma pessoa pode concentrar em si algo tão grande: o Senhor Jesus.

(Francisco)- Você pode não entender, mas veja: Vocês oram em pé e a Bíblia diz que quem ora em pé é hipócrita! Veja em Mateus 6.5.

(Lutero)- Irmão Francisco... me desculpe mas esse versículo não diz isso, e sim que ‘os que gostam de serem vistos pelos homens’. Ou seja, Jesus está reprovando o exibicionismo, note o versículo 2, estaria Jesus reprovando as boas obras? Outra coisa, em Mateus 23.5,6,7 o Senhor deixa bem claro isso. Seriam os Anciãos de sua igreja hipócritas por ocuparem os primeiros lugares na igreja?

(Francisco)- Um dia você vai entender Lutero. Temos que orar de joelhos. A Bíblia diz que todo joelho se dobrará diante do Senhor Jesus’. É falta de respeito orar em pé. Jesus, Paulo e outros oravam de joelhos no chão!

(Lutero)- Concordo, acho realmente certo, mas não se pode condenar uma prática diferente. Até mesmo Jesus falou de oração feita em pé que foi ouvida (Lucas 18.9-14).

(Francisco)- Não, não! Só o fariseu orou em pé, o outro não diz que orou, veja o versículo 13 ... ele só clamava.

(Lutero)- Negativo Francisco, no versículo 10, Jesus disse que ‘os dois subiram para orar’, foi e é uma oração.

(Francisco)- Lutero, você precisa buscar a Deus, pedir para Ele te revelar. Tem tantas outras coisas que você não sabe. Mas só Deus para te revelar.

(Lutero)- Ok irmão Francisco, se quiser pode me falar o que quiser, se for um ensinamento bíblico estarei disposto em apreciar.

(Francisco)- Olha Lutero, vamos ver Romanos 16.16 ... aqui temos um mandamento, o ósculo santo como saudação cristã. A sua igreja saúda com o ósculo santo? Aqui diz que as igrejas de Cristo saúdam com o ósculo.

(Lutero) – Não.

(Francisco) - Se ela não faz isso, então ela não é igreja de Cristo!

(Lutero) – Então as igrejas que tem essa prática, como os ‘adventistas movimento da reforma’, e outros, são igrejas de Cristo por esse motivo?

(Francisco) – Não... Não sei deles, mas a Congregação cumpre esse mandamento e a sua não.

(Lutero) – Irmão Francisco, não acha que essa era uma prática cristã herdada dos judeus assim como o lava-pés? Um costume cristão?

(Francisco) – É Lutero, meu amigo, você não entende mesmo, isso é mandamento! Lava-pés sim era costume, ósculo é mandamento.

(Lutero) – Bem, como você pode me provar que ósculo era mandamento e o lava-pés era costume quando o próprio Cristo colocou os dois em pé de igualdade? Lucas 7.44-46.

(Francisco) – Aqui está dizendo um ‘exemplo’, exemplo não é mandamento.

(Lutero) – Por favor Francisco !? Você está usando dois pesos e duas medidas. Leia João 13.14 e veja se sua resposta condiz com isso.

(Francisco) – Aqui Lutero o Senhor Jesus está só dando um exemplo, ademais, os apóstolos não ensinaram isso.

(Lutero) – Afirmou dois enganos. Primeiro; Jesus disse: “Deveis fazer isso também.” Isso não é exemplo irmão Francisco. Segundo: O apostolo Paulo usou o ‘lava-pés’ como prática cristã identificadora (I Timóteo 5.10).

(Francisco) – Eu vou refletir um pouco nisso depois. Mas vocês praticam o lava-pés Lutero?

(Lutero) – Não irmão Francisco, a Bíblia foi escrita em uma cultura diferente da nossa. E alguns costumes aceitáveis e moralmente corretos foram relatados na Bíblia, bem como incorporados na prática cristã primitiva. Um aperto de mãos, um abraço, um convite e etc., estão mais próximos de nossa realidade. Mas enfatizo, NÂO É ERRADO saudar com um beijo ou praticar o lava pés ‘cerimonialmente’. Errado está em julgar outros por isso e se identificar como única igreja verdadeira por causa desses costumes.

(Francisco) – Mas tem outro problema muito sério que sua igreja faz, algo totalmente errado. Os pastores recebem salários para exercerem a função. Na Congregação não. Os Anciãos têm seus próprios trabalhos, pois quem não trabalha não come, diz a Escritura. E o apóstolo Paulo vendeu tenda para não ser pesado aos irmãos. A Bíblia diz que os pastores são ladrões...


(Lutero) – Calma, irmão Francisco. Eu concordo que existem muitos pastores que são verdadeiros mercenários e empresários da fé, mas não posso negar o principio bíblico do sustento pastoral por causa de exageros, além de não poder também generalizar por causa da ala podre.

(Francisco) – Não existe isso na Palavra Lutero. ‘Sustento pastoral’, isso é invenção.

(Lutero) – Irmão Francisco, veja isso então... Em I Coríntios 9 Paulo diz que não tinha deixado de trabalhar. Mas outros apóstolos e lideres da igreja tinham deixado o emprego secular! (Vers.12). Ele afirmou no versículo 11 que podia colher ‘recursos materiais’ da igreja. Além de dizer que recebeu salários de outras igrejas...

(Francisco) – Onde está isso?

(Lutero) - Em II Coríntios 11.8

(Francisco) - O que é despojar?

(Lutero) – É saquear.

(Francisco) – Olha Lutero, Deus me revelou essa graça, pois Ele é nosso Pastor, e na sua igreja existe pastor, e pastor é só o Senhor Jesus. Na Bíblia tem Ancião, Presbíteros e Bispo, mas não tem ministério de Pastor, então eles ocupam o lugar do Senhor Jesus. Não são ovelhas, João 10.1 confirma isso.

(Lutero) – Com respeito a nomenclatura, eu acho que não estamos sintonizados. Todo Presbítero/Bispo/Ancião é Pastor e vice-versa. Em alguns sistemas de governos eclesiásticos usa-se o sistema episcopal, entretanto, tratando-os como Pastores.

(Francisco) – Mas estão errados! Pastor é um só, o Senhor Jesus.

(Lutero) – Francisco ... o uso do termo não faz diferença nesse caso. Veja, Jesus Cristo é também chamado de Bispo em I Pedro 2.25, entretanto a Bíblia chama homens de Bispos.

(Francisco) – Mas não tem na Bíblia ministério ‘de pastor’, isso é uma afronta ao Senhor Jesus.

(Lutero) – Não está causando problema demais num assunto tão trivial? Veja, na CCB existe um ministério de ‘Cooperador’ (de adultos e de jovens). Existe isso na Bíblia?


(Francisco) - Sim existe. O apostolo Paulo chamou alguns de Cooperadores.

(Lutero) – ‘Cooperador’ por cooperarem com ele irmão Francisco. Não existia apresentação e/ou ordenação para tal ‘ministério’. Está notando o problema da nomenclatura? Na CCB a realidade dos fatos é: Ancião = a um Bispo Anglicano ou Metodista, muito embora com um raio de ‘domínio’ menor. Cooperador = Presbíteros, porém sem muita autonomia local.

Fonte: [ MCA - Ministério Cristão Apologético ]

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Problema do Julgar: Até Onde Ir com a Tolerância?

Por Cleber Olympio
"Quem é você para julgar teu próximo? Acaso estás se colocando na posição de Deus?"

Um dos argumentos mais usados em debates apologéticos, em quaisquer fóruns de debates - cristãos e não cristãos - versa sobre a questão do julgamento. Boa parte deles é derivada da famosa passagem bíblica, tratada como se texto de lei fosse: "Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão." (Mateus 7:1-5). Acontece que, como sabemos, muitos equívocos são cometidos quando alguém tira a passagem bíblica de seu contexto, e termina por deturpar o ensino bíblico sobre a questão do julgamento.

1. Da necessidade de julgar
Afinal, qual a raiz do problema? O ser humano, até como instinto de autoproteção, começa a colocar - ou até a impor - freios numa situação de conflito. É, de fato, desagradável uma sensação de antagonismo, vinda de quem quer que seja. Se a pessoa consegue se armar, inclusive psicologicamente, é um bom aspecto; difícil é quando a pessoa se sente acuada, sem ter como enfrentar a força contrária. Restam-lhe alternativas possíveis: render-se, atacar ou o escape. Render-se fica sem cogitação; atacar só é possível com as armas certas; daí que lhe vem, até como meio instintivo de sobrevivência, buscar um escape. Nisso vem a problemática do "não julgar" que, como colocado pelo argumento da tolerância, não possui qualquer validade, senão é uma tentativa errônea e grosseira de se fugir de uma questão.
Esse instinto de sobrevivência, em nome da cordialidade e da tolerância, mascara por vezes uma atitude arrogante de quem não admite a perda, diante de evidências ou argumentos mais fortes. Escorar-se numa pretensa base bíblica não conduz a nada, mas acaba sendo uma alternativa contra quem levanta o argumento e também não está devidamente protegido contra a "falácia do não julgar". Falácia é um argumento que possui a aparência de verdade e legitimidade, mas que no fundo esconde uma enorme mentira.
A cordialidade e a tolerância, levada a limites fora da normalidade, conduz a um comportamento incoerente e insensato. O crente é levado pelo seu Senhor a provar pensamentos e atitudes, a exercer suas faculdades mentais para promover uma análise de tudo o que se lhe apresenta aos olhos. Não fosse assim, Paulo não teria recomendado aos crentes: "Examinai tudo. Retende o bem" (1 Tessalonicenses 5:21). Em outra passagem, o mesmo Paulo exorta aos coríntios: "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2 Coríntios 13:5). Os crentes de Bereia examinavam as Escrituras para conferir se o que os apóstolos ensinavam era, de fato, verdade (Atos 17:11). Jesus mesmo manda que exerçamos nosso discernimento, examinando as Escrituras (João 5:39). Examinar, analisar, pesquisar, procurar, são atitudes do intelecto, que precisa exercer sua capacidade de juízo. Julgar, então, é necessidade de quem caminha com Jesus. Obedece-se aos mandamentos somente por meio da análise de uma situação real e com o juízo transformado pelo poder da Palavra de Deus, a fim de se produzir uma atitude. Se o crente não pudesse julgar, como viveria a realidade dos mandamentos de Cristo? Seria ele submisso a dogmas, impostos por um deus raivoso e mesquinho, que se preocupa tão somente em exigir comportamentos diversos de uma civilização, já corrompida pelo pecado? Entendemos que não. Deus sempre mostra, por toda a Bíblia, que sua Palavra tem finalidade educativa. Os versículos áureos sobre a importância das Escrituras demonstram plenamente esse fator: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Timóteo 3:16-17).
Vê-se, então, que há coerência na atividade do julgar, inclusive por necessidade de se viver uma vida cristã autêntica, com plena capacidade de discernimento, orientado em obediência às Escrituras. Outro aspecto é a condução necessária do crente na atividade julgadora, uma vez que ele deva examinar todas as coisas e reter o que é bom. Sendo assim, por que pautar-se numa suposta tolerância e expressão de cordialidade para supostamente eviatr um confronto?

2. Do julgamento justo
Aparentemente a tolerância ensinada por Jesus deva ser observada em quaisquer circunstâncias. Cita-se também a passagem em que Jesus liberta a mulher adúltera, partindo-se do seguinte encadeamento de ideias: "Jesus condenou quem tivesse pecado e perdoou a adúltera - Ora, Jesus tem o poder de julgar alguém, e sou pecador - Logo, eu não posso julgar ninguém". Esse raciocínio também é falacioso. A inferência à primeira afirmativa não leva em consideração que Jesus usou-se de um julgamento com um importante adjetivo: "justo". Nisso ele exerceu um julgamento coerente, dada a situação em que se apresentava a condenação pura e simples de uma adúltera, sendo que seus algozes cometiam adultério e coisas até piores aos olhos de Deus às escondidas. O sentido do ensino de Jesus era demonstrar a força do perdão divino a quem cometeu uma série de pecados, não de produzir apenas um julgamento e execução de sentença conforme a Lei de Moisés. Caso ele apenas condenasse a adúltera, demonstrando somente a necessidade da aplicação da lei, que estaria fazendo, senão uma repetição de atos de pecadores, embora ele mesmo não tivesse pecado? Seu ensinamento estaria em franca contradição, ainda mais sendo Jesus conhecedor dos corações de cada um da multidão que se preparava para lapidar a mulher pega em adultério.
Com isso, havemos de discernir sobre o julgamento justo. Deus tem sua medida de justiça, e com ela exorta os homens: Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja?" (1 Coríntios 6: 2-4) Em todos os períodos há a certeza de que os santos haverão de julgar, seja o mundo, os anjos, ou até mesmo as coisas pertencentes a esta vida. O dever de um santo é julgar. Santo é aquele separado por Deus para constituir um povo eleito e para exercer, perante todos, as ordens de seu Pai celeste no que este comandar. Se isso deve ser feito até entre irmãos - versículo 5: "Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?" - quanto mais no que diz respeito a outros assuntos, conforme a necessidade?
A restrição bíblica que se faz a esse respeito está exatamente no termo "justo". Julgamento sem justiça produz injustiça. Se Deus investe os seus santos crentes com a capacidade de a tudo julgarem, Ele o faz requerendo justiça; caso contrário, não é julgamento que proceda do Deus cujo nome é Justiça. Deus requer que o homem faça justiça: "Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar" (Isaías 56:1). Repare o leitor acerca da importância de se praticar a justiça, a fim de que a própria justiça divina se manifeste. Não fosse assim, por que Deus incluiria na lei mosaica o mandamento de não se fazer injustiça no juízo (Levítico 19:15)? O justo age exatamente como o salmista: "Fiz juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores." (Salmos 119:121). Deus ama a justiça e o juízo (Salmos 33:5); naturalmente, seus filhos amados haverão de observá-la e exercê-la e, ao agirem assim, nada mais farão do que a vontade do Pai.
Sendo assim, fazer julgamentos e exercer a justiça é próprio de quem caminha com Deus, conquanto o faça com a mesma motivação justa de seu Pai celeste. Se, porventura, o crente distorce a justiça, e passa a julgar por seu próprio entendimento, sem que haja fundamento baseado na verdade da Palavra de Deus, ele proferirá um julgamento injusto. Ele se tornará um hipócrita, que não enxerga as próprias falhas e vê as menores praticadas por seu irmão, assim como Jesus diz no texto de Mateus 7. Ele se tornará inimigo da verdade e condenado a suportar o mesmo fardo de justiça que tentou impor a quem não tinha culpa. Nisso estão as opiniões puramente pessoais, baseadas por vezes em suposições preconceituosas e relegadas a costumes, sem qualquer embasamento bíblico; isso também esconde um comportamento legalista ou ascético, que impõe a dureza da letra da lei para que o incauto, debaixo de uma força normativa, venha a se calar e a acatar os mandamentos como lhe são apresentados, sem ponderar. O mesmo comportamento legalista é aquele que provoca a simples conclusão de que "o crente não deve julgar", contrariando João 7:24: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça".
Outro texto usado pelos defensores do "não julgar" encontra-se em Romanos 14:10: "Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo". A solução para esse aparente problema encontra-se justamente na segunda questão: "por que desprezas teu irmão?" Ora, se há desprezo por parte de quem julga, então o julgamento é parcial, interesseiro. Logo, não é justo, e não deve ser feito. O julgamento com justiça persiste, portanto.

3. O comodismo e os perigos da tolerância
O comportamento legalista de comandar um "não julgamento" encerra dois perigos: o de produzir comodismo e o de tolerar o pecado. A postura cômoda de não enfrentar uma ideia antagônica torna-se perigosa por produzir indiferença quanto à verdade. Exalta-se a ignorância, com o pretenso argumento de que "no dia do Juízo Deus trará a lume todas as coisas, e que para isso não estamos preparados". Ora, Deus nos deu discernimento para usá-lo; se não o fazemos, cometemos pecado. O fato, ademais, de não termos como vislumbrar um julgamento futuro de todas as coisas não nos dá o direito de ignorarmos o ensino do exercício do juízo, inclusive para assuntos relacionados à nossa jornada nesta terra. E ainda: exercemos nesta vida propósitos e promessas que nos são dadas por Deus, e para tanto ele dá pessoas como juízes, inclusive para executar juízos em seu Nome. Relegar ao "etéreo" é uma forma de escapar da realidade, um recurso ridículo diante da seriedade com que a justiça divina deva ser levada. Por pura negligência, causada pelo comodismo, ações não são corrigidas hoje, e com isso mais vítimas são feitas pelas obras da injustiça.
Além disso, busca-se evitar o conflito pela pretensa tolerância. Comportamentos, organizações e fatos têm clara omissão em nome de uma cordialidade que não deveria existir. Deus chama os pecados pelo nome, e assim deve ser para conosco. Não se defende a "falta de educação", tampouco a falta de compromisso trazida pela tolerância exacerbada. Esse comportamento esconde medo do confronto, de uma indesejável exposição, afora outras consequências advindas de um comportamento mais ousado, desde que esteja seguramente pautado pela Palavra de Deus. O crente deve repudiar a tolerância a qualquer custo: por conta de não agir dessa maneira, toleram-se comportamentos mundanos no seio da igreja, a penetração de doutrinas estranhas que dividem o povo, a semelhança cada vez maior de cultos com shows e espetáculos produzidos por ímpios, dentre outras características que trazem repulsa ao Senhor e serão objeto de julgamento naquele Dia. E se somos do Senhor, devemos repudiar exatamente as mesmas obras, sob pena de sermos julgados pecadores por conivência ao aceitarmos conscientemente algo que Deus condena. O limite da tolerância está naquilo que contrarie, ainda que sutilmente, os ensinamentos das Escrituras. O pecado deve ser tratado como pecado, não como um "sentimento negativo" ou uma "energia do mal". Erros doutrinários devem ser tratados como problemas passíveis de eliminação da seara do Senhor. Tais ideias podem soar como "radicais", mas o ensino de Cristo é radical! Se não fosse assim, por que a Palavra foi comparada como espada? Jesus trouxe a espada, não a paz da falsa tolerância! Não se pode tolerar o pecado: caso tivessem sido tolerantes, Ló e sua família jamais teriam escapado de Sodoma.

Conclusões
Dessa maneira, podemos concluir que:
  • Julgar não é um mau em si mesmo, pois a tudo devemos examinar e reter o que é bom.
  • Julgar é necessário, pois é coerente com o discernimento que possuímos da parte de Deus.
  • Julgar não é tarefa exclusiva de Deus, pois se O imitamos, temos dele a propriedade para exercer juízo sobre todas as coisas.
  • Julgar, porém, deve ser feito sob o exercício da justiça, para não produzir o efeito contrário.
  • Julgar, ainda que contrarie o argumento da pretensa tolerância, deve ser efetivado, pois o crente verdadeiro não concorda com aquilo que a Bíblia chama de pecado, tampouco vem a exercer, em sua vida particular, comportamentos que o levem a ser incluído entre os mentirosos e os hipócritas.
  • Julgar é um ato de obediência à verdade e de amor a Deus, pois Ele é justo e ama a justiça.
Dessa maneira, que ninguém venha a condenar o leitor na sua nobre e necessária atividade de julgar. Que isso seja feito em plenitude, de modo justo e imparcial. Quem é de Deus não se dobrará à chantagem de um argumento que, baseado na mentira, no egoísmo, na falsidade e na corrupção, tenta promover exatamente o contrário da justiça: a tolerância com o erro.

Obra de referência:
KUIPER, Doug. Julgar: O Dever do Cristão (trad. Felipe Sabino de Araújo Neto). Covenant Protestant Reformed Church. Disponível em http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_judging.htm. Acesso em 23/05/2010.
Fonte: [ Militar Cristão ]
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eleição mostra influência das igrejas

Publicado em 19.10.2010

A estridência com que o debate moral e religioso emergiu para o topo da agenda nessa eleição presidencial criou a sensação de aumento da influência das igrejas sobre o voto, e de que os candidatos - em especial Dilma Rousseff - foram pegos de surpresa e vitimados pelo dilúvio bíblico. Mas a religião está intensamente envolvida na política brasileira desde que o Descobrimento foi celebrado com uma missa. E os políticos - incluindo Dilma - têm lutado pelo voto religioso com a mesma sofreguidão com que pastores e bispos têm buscado influência e poder - seja por lobby ou por participação direta nos partidos.

Embora se mostre agora perplexa com a "invasão" de temas morais e religiosos no debate eleitoral, Dilma está em "peregrinação" pelo voto católico e evangélico desde o fim de 2008, lembra o sociólogo Ricardo Mariano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Em novembro daquele ano, com um véu cobrindo a cabeça - como manda o protocolo -, Dilma participou de audiência com o papa Bento XVI no Vaticano. Nela, Lula selou acordo com a Santa Sé, comprometendo-se com uma lista de reivindicações da Igreja, incluindo a orientação católica no ensino religioso nas escolas públicas, o que originou uma ação do Ministério Público questionando sua legalidade. Mediante a bênção do papa, Lula lançou Dilma para a presidência, em entrevista a cinco jornalistas italianos. De lá para cá, Dilma visitou inúmeras lideranças religiosas - assim como Serra e Marina.

A deferência de Lula parece resultar da experiência. Enquanto não buscou o voto evangélico, Lula foi derrotado nas disputas presidenciais de 1989, 1994 e 1998, quando esse voto foi maciçamente despejado em Fernando Collor e, duas vezes, em Fernando Henrique Cardoso, respectivamente. No primeiro turno de 2002, os evangélicos votaram no "irmão" Anthony Garotinho. Foi a partir daquele segundo turno que Lula passou a compartilhar grande parte desses votos, graças a uma aliança com a Igreja Universal do Reino de Deus, lembra Cesar Romero Jacob, autor de A Geografia do Voto nas Eleições Presidenciais do Brasil: 1989-2006. "Lula se tornou pragmático, foi para o centro e atraiu os evangélicos."

Alianças. Baseado em suas pesquisas, Jacob traça um axioma segundo o qual para se vencer eleições presidenciais no Brasil é preciso aliar-se às oligarquias locais no interior do País e aos políticos populistas e líderes pentecostais na periferia pobre das regiões metropolitanas; além de elaborar um discurso para a classe média urbana. Foi o que Collor, FHC e Lula fizeram antes de se elegerem presidentes, diz o analista.

A questão religiosa afeta Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva de formas muito distintas, observam os especialistas. Serra, de uma certa maneira, foi vacinado contra a propaganda viral dos grupos anti-aborto em 2002, quando disputou a presidência pela primeira vez. Naquela campanha, ele percebeu que seria prejudicado pela informação de que tinha, como ministro da Saúde (1998-2002), implantado no Sistema Único de Saúde (SUS) procedimentos de aborto previstos na lei - em casos de estupro e risco de vida para a gestante. Além disso, o SUS começou a distribuir a pílula do dia seguinte, considerada abortiva pelos conservadores. Serra passou então a declarar-se contrário à descriminalização do aborto, que segundo ele levaria a uma "carnificina".

Convicções. Marina, como integrante da Assembleia de Deus, tem uma relação bem diferente com o tema. Os religiosos conservadores confiam nas suas convicções morais. Seu problema é o inverso, observa Ricardo Mariano: como pertencente à minoria evangélica (de um quarto a um quinto da população) em meio a uma maioria católica (dois terços dos brasileiros), ela tomou o cuidado de não ser vista como candidata dos evangélicos - ao mesmo tempo em que visitou seus templos tão ou mais frequentemente do que Dilma e Serra. Marina lava as mãos e propõe que um plebiscito resolva o assunto do aborto.

A situação de Dilma é mais delicada. O YouTube, site de exibição de vídeos na internet, apresenta declarações suas em termos considerados inaceitáveis por muitos conservadores. Em 2007, ela diz, em entrevista à revista IstoÉ: "Sou a favor de uma legislação que obrigue a ter tratamento para as pessoas para não correr risco de vida, igual aos países desenvolvidos do mundo inteiro, para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto." À pergunta sobre se é um ato de livre escolha, ela respondeu: "Acho que tem de ser tratado como uma questão de saúde pública."

Fonte: http://www.estadao.com.br/, 10/10/2010  (Extratído do Instituto Jetro)
O conteúdo das notícias é de responsabilidade de seus respectivos autores e veículo de comunicação, não refletindo necessariamente a opinião do Instituto Jetro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os Fatos sobre Halloween


No dia 31 de outubro muitas pessoas irão participar de festas de "Halloween", popularmente chamado de "Dia das Bruxas" no Brasil. Mas essa festa aparentemente inocente tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que muitos não percebam isso.

Sua origem data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro. Isso acontecia na cerimônia "Samhain" durante o festival de inverno, na qual eram oferecidos sacrifícios humanos. Essa prática ancestral foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A Igreja Católica posteriormente tentou cristianizar o "Samhain ", declarando o1º de novembro como o Dia de Todos os Santos e o 2 de novembro com o Dia de Finados, sendo que em ambas as datas os mortos eram lembrados.

Nos Estados Unidos essa festa é muito comum e tem forte apelo comercial, sendo também tema de vários filmes de horror. A imagem de crianças vestidas com fantasias "engraçadinhas" de bruxas, fantasmas e duendes, pedindo por doces e dizendo "gostosuras ou travessuras". Há algum tempo, o Brasil tem se deixado influenciar por muitos aspectos que não fazem parte de sua cultura e tem celebrado essa festa em escolas, clubes e até em shopping centers.

Diante dessa realidade, devemos nos questionar: Halloween está relacionado às práticas ocultistas modernas?

Mesmo que hoje em dia Halloween seja comemorado de uma maneira inocente por muitos jovens, ele é levado a sério pela maioria das bruxas, membros do movimento neo-pagão e ocultistas em geral. Antes de continuarmos, devemos destacar que a associação histórica e contemporânea do Halloween com o ocultismo causaram uma espécie de "efeito híbrido" na maior parte da sociedade, de modo que a comemoração do Halloween não é, necessariamente, uma prática totalmente inocente. Ao ler vários relatos sobre o Halloween, pode-se ficar impressionado com o grande número de práticas de superstições e de adivinhação envolvidas com ele. Algumas das superstições e todas as práticas estão relacionadas com o ocultismo.

É preocupante o quanto as superstições podem controlar ou dirigir a vida de uma pessoa de maneiras terríveis. Mais ainda, as verdadeiras práticas de adivinhação sempre trazem conseqüências. Na verdade, desde as décadas finais do século dezenove, o Halloween tem sido lembrado como um período "para se usar amuletos, lançar maldições e se fazer adivinhações"[1]. Como já dissemos, isso está relacionado aos antigos druidas, pois o "Samhain" marcava o início de ano novo, o que resultou num interesse em adivinhações e previsões sobre o que o próximo ano traria.

No Halloween se cria (e ainda á assim em certos lugares) que seguir um ritual em particular pode fazer com que a imagem do seu futuro cônjuge apareça atrás de você: "Muitas crenças surgiram sobre como invocar a imagem do futuro esposo ou esposa de alguém. As garotas criam que caso alguém ficasse diante do espelho, comendo uma maçã, à meia-noite, a imagem de seu futuro esposo apareceria de repente diante dela. Se nenhuma imagem aparecesse, isso significava que a garota ficaria solteirona".[2]

No sul dos Estados Unidos há um costume baseado na crença dos druidas de que o desespero de uma vítima de sacrifício humano podia revelar previsões para o futuro. "Punha-se fogo numa tigela com álcool, e atirava-se no fogo ‘oferendas’ tais como figos, cascas de laranja, passas, castanhas e tâmaras envoltas em papel alumínio. A garota que tirasse a melhor das oferendas do meio do fogo iria conhecer seu futuro esposo dentro de um ano".[3]

A preocupação com tais atividades pode ser vista na seguinte declaração do Livro Americano dos Dias (American Book of Days): "Vários meios de adivinhação do futuro eram usados no Halloween e os resultados eram aceitos com toda seriedade"[4]. Em outras palavras, quando estamos lidando com tentativas sérias de adivinhar o futuro – seja em relação ao futuro em geral, ao futuro cônjuge, ou sobre a vida e a morte - as conseqüências na vida das pessoas podem ser muito maiores do que simples brincadeiras.

Hoje em dia outras práticas ocultistas estão presentes no Halloween. Em New Orleans o "Museu do Vodu apresenta normalmente um ritual de Halloween no qual as pessoas podem ver rituais de vodu reais"[5]. Na cidade de Salem, estado de Massachusetts, um festival de Halloween acontece de 13 a 31 de outubro incluindo uma mostra de parapsicologia.[6]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial. Um livro conhecido sobre o movimento neo-pagão relata o seguinte sobre esses dias importantes de celebração da bruxaria: "As grandes cerimônias de sabbat são: o ‘Samhain’ (Halloween), o Ano-Novo celta (nesses dias acredita-se que os portais entre os mundos estão enfraquecidos, e então ocorrem contatos com os ancestrais), ‘Oimelc’ (1º de fevereiro, festival da purificação de inverno)... ‘Beltane’ (1º de maio, o grande festival da fertilidade)... diferentes linhas da bruxaria... tratam esses festivais de maneiras diversas. Mas quase todas as linhas celebram pelo menos o ‘Semhain’ e o ‘Beltane’"[7]. Algumas bruxas tiram o dia de folga de seu trabalho para comemorarem essa data especial para elas, enquanto outras chegaram a tentar o fechamento das escolas para a comemoração desse grande sabbat.

Muitos grupos satânicos também consideram o Halloween uma noite especial, em parte porque ele "tornou-se o único dia do ano em que se acredita que o diabo possa ser invocado para revelar os futuros casamentos, problemas de saúde, morte, colheitas e o que acontecerá no próximo ano"[8]. Na verdade a bruxaria e o satanismo têm certas semelhanças[9]. Mesmo que sejam coisas distintas, e mesmo que se dê legitimidade às declarações do movimento neo-pagão que desdenha o satanismo, devemos lembrar o claro ensino bíblico de que o diabo é a fonte de poder por trás da bruxaria e de todas as formas de ocultismo[10]. A ex-bruxa Doreen Irvine declara: "a bruxaria negra não está distante do satanismo... Praticantes da bruxaria negra têm um grande poder e não devem ser subestimados... Eles podem até exumar covas recentes e oferecer os corpos em sacrifício à Satanás".[11]

Além disso tudo, o costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. Por exemplo, para os antigos druidas "os espíritos que se acreditava andarem de casa em casa eram recepcionados com uma mesa farta para um banquete. No final da refeição, os habitantes da cidade fantasiados e com máscaras representando as almas dos mortos iam em procissão até os limites da cidade para guiar os fantasmas para fora".[12] As máscaras e fantasias usadas no Halloween podem ser relacionadas também com a tentativa de certas pessoas de se esconderem para não serem vistas participando de cerimônias pagãs ou ,como no xamanismo e em outras formas de animismo, mudar a identidade de quem as usa para que possa se comunicar com o mundo espiritual. As fantasias podem ser usadas também para afugentar espíritos maus.

Depois de fazermos essas considerações sobre o assunto, tendo em vista que o Halloween está associado a práticas de bruxaria e ocultismo, devemos analisar qual deve ser nossa atitude em relação a essa festa, que mesmo sendo vista secularmente como um passatempo tem implicações sérias.

Devemos nos perguntar: Que princípios bíblicos devem ser usados para discernir esse assunto?

As Escrituras nos dizem que o homem espiritual julga todas as coisas e que no futuro irá também julgar os anjos. Então somos competentes o suficiente para julgar assuntos triviais agora (1 Coríntios 2,15; 6.3). Se julgarmos todas as coisas e retermos o que é bom, abstendo-nos de toda forma de mal, estaremos cumprindo com nossa obrigação (1 Tessalonicenses 5.21,22). Então vamos examinar esse assunto para chegarmos a uma posição bíblica sobre o Halloween.

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem referência às práticas de bruxaria, encantamentos, espiritismo, contatos com os mortos, adivinhações e assim por diante – e todas essas coisas estão potencialmente ligadas ao Halloween.

"Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 19.31).

"Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; ... Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10,11,14) .


"[Rei Manassés de Judá] queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira" (2 Crônicas 33.6).

Em nenhum lugar na Bíblia vemos essas coisas como sendo aceitáveis diante de Deus. À luz desses versículos, ninguém pode argumentar logicamente que a Bíblia apóia tais práticas. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br/)

Extraído do livro "The Facts on Halloween" (de John Ankerberg e John Weldon).
Clique aqui para conhecer os títulos dessa série já publicados em português.

Notas

1.Becky Stevens Cordello, Celebrations (Butterick Publishing, 1977) p.112.
2.Joseph Gaer, Holidays Around the World (Boston: Little Brown & Co, 1955) pp. 155-156.
3.George William Douglas, The American Book of Days p.543
4.Douglas p.539
5.Sue Ellen Thompson and Barbara W. Carlson, Holidays, Festivals and celebrations of the World Dictionary (Detroit, MI: Omnigraphics Inc, 1994) p.132
6.Jennifer DeCoursey "Monster Events for Marketers" Advertising Age, Oct, 16, 1995, pp.1,40., p.41
7.Margot Adler, Drawing Down the Moon: Witches, Druids, Goddess-worshipers and other Pagans in America Today (New York: The Viking Press, 1979) P.108.
8.Father Andy Costello, "Sin is a Boomerang" U.S. Catholic, Nov 1992, p.38
9.A ênfase é divergente, das bruxas na natureza e do satanismo em Satanás, existem também certas diferenças nos rituais, etc. Essas divergências não podem ofuscar as semelhanças quanto ao poder, desenvolvimento parapsicológico, visão anti-cristã do mundo, uso de espíritos, uso do mal, e assim por diante.
10.Qualquer estudo bíblico sério sobre demonologia revelará que Satanás é o poder por trás das falsas religiões, da bruxaria, da idolatria e do ocultismo.
11.Doreen Irvine, Freed from Witchcraft (Nashville: Thomas Nelson, 1973) pp. 94-95.
12.Robert J. Myers Celebrations: The Complete Book of American Holidays (Garden city, new York: Doubleday & Co. 1972, p.259

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Reflexões sobre o teísmo e a cosmovisão cristã

Por João Rodrigo Weronka

A necessidade de cada cristão ter em mente a definição e entendimento da cosmovisão cristã é muito importante, já que a cada dia somos bombardeados por conceitos, filosofias e ideologias extremamente anticristãs. Sabendo que cosmovisão representa a forma como cada indivíduo observa o mundo ao seu redor, discernir “o todo” de acordo com a cosmovisão cristã é essencial.

Existe uma manobra contra a cosmovisão cristã que vai além da paranóia vivida por alguns crentes em seu dia-a-dia, que acreditam mais em teorias de conspiração contra a igreja do que crêem na soberania absoluta e irrestrita de Deus. A igreja deve estar mais alerta com uma severa mudança de cultura que está forçando a mentalidade pós-cristã na sociedade, que começou na modernidade e que hoje, num ambiente pós-moderno ainda vigora.

Para que cada indivíduo que confessa ser cristão possa de fato ser denominado cristão, é necessário que este pense e aja como cristão. Já disseram que a igreja brasileira é muito mais propensa a sentir do que a pensar, e concordo plenamente com tal ponto de vista por tudo aquilo que o cenário evangélico apresenta.

O fato de muitos cristãos ficarem chocados com algumas vozes que tem se manifestado nos arraiais tupiniquins é impressionante. A maioria não está disposta ao labor teológico e a análise daquilo que crê. Poucos estão interessados na reflexão sobre temas pertinentes – ou não – à fé cristã. Isso nada mais é que o modo relativista de pensar que se infiltrou na cultura cristã e que faz com que, em estado de transe, muitos ignorem o fator da veracidade dos fatos. O ranço do pragmatismo grudou na mentalidade de muitos, ao ponto de perderem sua identidade bíblica e desvirtuar sua cosmovisão, trocando o cristianismo bíblico e autêntico por uma religião sincretista e estranha.

Vivemos hoje a época do Censo do IBGE (2010), e infelizmente a maior parte da igreja brasileira está em frenesi pelo resultado a ser divulgado, para saber se de fato os números mostrarão que o ‘povo de Deus’ tem crescido nesta terra. Não sou contra o crescimento da igreja, isso seria contraditório. Quero ver muitas pessoas rendidas aos pés de Cristo e inseridas de fato no Reino de Deus, mas que cresçam não apenas em números, mas principalmente em qualidade.

Gostaria de ver toda essa expectativa sendo lançada de modo mais reflexivo. Se nós, como igreja, nos engajarmos e percebemos que existe a formação de uma barreira contra a cosmovisão cristã, creio que teremos resultados mais positivos, que passam do mero conceito quantitativo e adentram o valor qualitativo do povo de Deus. E qualidade sim é relevante.

Isso mostra de modo preocupante que a igreja atual está falhando em sua característica de ser “ensinadora” para se tornar uma espécie de clínica psicológica de auto-ajuda e um armazém de satisfação momentânea: “Venha buscar a sua benção”, é o slogan padrão de uma fé puramente mercantilista. [1]

Falando de modo mais específico sobre a cosmovisão cristã, entendemos que o modo de enxergar a realidade sob os pressupostos do cristianismo bíblico é o mais coerente, pois apresentam de modo objetivo respostas para perguntas que sempre estão presentes no cotidiano das pessoas, tais quais: quem somos nós? Por que estamos aqui? De onde viemos e para onde vamos? Qual o objetivo da vida? Ou ainda, como C. Stephen Evans propõem de modo mais amplo:

“Uma cosmovisão completa inclui respostas às seguintes perguntas e a mais outras ainda: Que tipos de realidades existem, e qual é a realidade última? Que explicação se pode dar acerca da realidade? Que é conhecimento, e como obtê-lo? Que é ter uma crença razoável ou justificada? Que é o bem? Que é uma vida boa para o ser humano e como se conquista essa vida? Que é beleza e como ela se relaciona com a realidade e a bondade?” [2]

Todas estas perguntas possuem respostas objetivas dentro da fé cristã, e tais respostas estão norteadas pelo princípio que existe uma Verdade Absoluta.

Não é de hoje que pensadores cristãos trabalham na sistematização de idéias para apresentar a fé cristã de modo organizado e racional. A história do pensamento cristão está repleta de homens que demonstraram a coerência racional do cristianismo, sem abandonar o calor da fé. Como sempre afirmo: fé e razão não se opõem, mas são complementares e interdependentes. Pensar sobre a fé é algo que a igreja precisa resgatar nestes dias encharcados com a mentalidade anticristã. Creio que Robson Ramos definiu bem o panorama antirreflexivo instaurado:

“Por que nos preocuparmos com um embasamento teológico e filosófico mais profundo? Por que falarmos da importância da ‘mente cristã’? Precisamente em benefício daquilo que chamamos de ‘coração’. Como podemos amar e servir a Deus se não nos aplicamos a compreender os seus desígnios? Se o caráter e a criação de Deus permanecem como um enigma para nós, então todo o nosso zelo, nossas orações e nossos Louvorzões caem como devoção cega. Nossa religiosidade se degenera em superstição e a nossa liturgia se transforma em encantamento.” [3]

Neste breve ensaio, não vamos nos ater a exposição detalhada das doutrinas básicas da fé cristã, já que existe variado número de Teologias Sistemáticas e outras obras que cumprem bem este papel. O objetivo central é chamar a igreja brasileira – os crentes que a compõem – para um retorno aos fundamentos. Estes fundamentos são essenciais à fé cristã, e nosso objetivo é que toda e qualquer pessoa que não tenha a cosmovisão cristã entenda este plano e seja alcançada pela misericórdia de Deus.



TEÍSMO

O cristianismo é uma manifestação religiosa teísta. É importante ressaltar que além do cristianismo, o judaísmo e islamismo também são considerados como religiões teístas, entretanto divergem entre si de modo excludente nos aspectos doutrinários.

Creio que o modo como John Feinberg resumiu o teísmo é de grande valor para o contexto deste artigo, dizendo que o teísmo:

“É literalmente, a fé na existência de Deus. Embora o conceito pareça ser tão antigo quanto a filosofia, o termo propriamente dito parece ser de origem relativamente recente. Alguns sugerem que apareceu na Inglaterra no século XVII para substituir palavras como ‘deísmo’ e ‘deísta’ para referir-se a crença em Deus. ‘Teísmo’ costuma ser usado como oposto do ‘ateísmo’, que é o termo que descreve a negação da existência de Deus, e que distingue o teísta do ateu ou do agnóstico sem tentar fazer qualquer conexão técnica filosófica ou teológica”. [4]

O teísmo está organizado em diversos sistemas que, filosoficamente, abordam a existência de Deus de modos variados. Destacam-se os sistemas teístas racionais, existenciais, fenomenológicos, analíticos, empíricos, idealistas e pragmáticos. Cada qual com representantes de grande envergadura.

De modo geral, os teístas possuem crenças comuns, as quais são possíveis destacar: a existência de Deus além e dentro do mundo, a criação do mundo a partir do nada (ex nihilo), a possibilidade real de milagres, a criação da humanidade à imagem de Deus, o padrão legislador moral de Deus e a eternidade de castigos ou recompensas. [5]

Entendendo de modo básico o que o teísmo contempla, é preciso buscar o entendimento da Verdade cristã nos fundamentos básicos da fé, que por conseqüência norteiam a cosmovisão cristã.



FUNDAMENTOS CRISTÃOS

O cristianismo, como cosmovisão teísta que é, crê exclusivamente na existência de um único Deus (Dt 6.4). Cremos que esse Deus é pessoal, ou seja, está disposto e interessado num relacionamento próximo e íntimo com as pessoas (Rm 8.15).

Esse Deus, cujos atributos são infinitos e impossíveis de serem compreendidos na limitação humana, é entendido pelos cristãos como onipresente (Jr 23.23; Sl 139.7-13), onisciente (Sl 139.1-5; Pv 5.21), onipotente (Ap 19.6), imutável (Ml 3.6; Tg 1.17), amoroso (Jo 3.16), misericordioso (Lm 3.22), tal como as Escrituras mostram. Tal Deus é triúno, onde as Escrituras O apresentam como Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19). Deus não pode ser “posto numa caixinha”, ao ponto de, como nossa limitação e capacidade finita, compreender em plenitude sua natureza perfeita e infinita (Is 40.28).

Deus criou todas as coisas ex nihilo, ou seja, do nada (Gn 1.1). Não precisou de matéria preexistente nem de auxílio algum para a criação de tudo, quer seja galáxias distantes ou microorganismos que vivem sobre nossa própria pele. Ao poder de Sua palavra, tudo veio a existir com um propósito perfeito, ou seja, para os cristãos é inaceitável o conceito de que somos frutos do acaso, resultado do acaso e destinados ao acaso. Uma roda viva tola e sem sentido.

Como obra-prima, a criação de Deus perfeita culminou na criação da humanidade, com toque especial do Senhor para tal (Gn 1.27). Fruto da desobediência humana, a transgressão levou o homem ao estado de pecador (Gn 3.1-12). O pecado causa separação entre Deus e o homem (Is 59.2). Deus providenciou um meio de resgate para que o homem tivesse acesso a Ele novamente; essa providência divina se deu em Jesus Cristo (Rm 5.1-21).

Deus, no estado atual das coisas, relaciona-se com sua criação de modo especial, estando imanente e transcendente a ela (Mt 28.20). Enquanto vivemos aqui, não estamos órfãos, mas o Espírito Santo atua como o Consolador prometido (Jo 14.16-18), zelando dos que são de Deus e trazendo convencimento do pecado, justiça e juízo.

Não fomos lançados por Deus a uma existência qualquer sem propósitos, assim como Deus não criou o mundo e o que nele há e deixou tudo andar sem seu consentimento.

Redimidos e justificados, os filhos de Deus tem acesso ao Pai. A experiência de vida cristã temporal é apenas uma amostra daquilo que os insondáveis planos de Deus tem para os que crêem nEle: a eternidade de relacionamento sem a separação que o pecado causou, restaurando por completo o propósito bendito e perfeito de Deus para todas as coisas (Ap 22.1-5).



APOSTA DE PASCAL

O que para os cristãos é fundamento de fé e essência de cosmovisão, para muitos é loucura (1Co 1.18-23). Cremos sim nas Escrituras como Palavra de Deus revelada aos homens e nos propósitos de Deus nela contidos, apesar das críticas e das inversões de valores que a sociedade pós-moderna tenta importar a fórceps.

Muitos rejeitam a cosmovisão cristã, julgando segundo pressupostos diversos que ela não é digna de crédito.

Para tais, deixo uma simples reflexão a respeito da conclusão que uma mente brilhante expôs. Blaise Pascal (1623-1662), filósofo, matemático e físico francês, desenvolveu um simples argumento que muitos desconhecem, mas que é muito útil. Trata-se da “Aposta de Pascal” ou “Argumento da Aposta”.

Tal argumento encoraja aquele que não crê a refletir e orar no seguinte sentido: se alguém aposta que Deus existe e dedica sua vida a Ele, mas hipoteticamente está errado, não perdeu absolutamente nada, pois terá perdido apenas o desfrutar de uma vida de prazer voltada para satisfação pessoal, não encontrando absolutamente nada após a morte. Doutra forma, se sua aposta está correta, desfrutará de uma eternidade de bem-aventuranças, pois descobrirá uma realidade surpreendente após a morte.

Em resumo, os ganhos e perdas potenciais de tal aposta são incrivelmente desproporcionais.



PALAVRAS ÚLTIMAS

Ter a cosmovisão cristã bem alinhada é algo que urge para esse tempo em que os cristãos devem estar mais engajados pela causa de sua fé, que nada mais é que a centralidade de Jesus Cristo para tudo.

Não encontrei melhores palavras para concluir este ensaio que as de John Stott, um exemplo de fé viva e mente brilhante. Leia e reflita:

“Por que sou cristão? Uma razão é a cruz de Cristo. Na verdade, eu jamais poderia crer em Deus se não fosse pela cruz. É a cruz que dá credibilidade a Deus. O único Deus em quem eu creio é aquele que Nietzsche, filósofo alemão do século 19, ridicularizou, chamando-o de ‘Deus sobre a cruz’. No mundo real da dor, como adorar um Deus que fosse imune a ela? Em minhas viagens, entrei em vários templos budistas em diferentes países da Ásia. Permaneci neles em atitude respeitosa diante de uma estátua de Buda, que tinha as pernas cruzadas, os braços dourados, os olhos fechados, o fantasma de um sorriso nos lábios, sereno e silencioso, com um olhar distante na face, desligado das agonias do mundo. Em cada uma dessas vezes, depois de um tempo eu tinha de dar as costas. E, em minha imaginação, voltava-me para aquela figura solitária, retorcida, torturada sobre a cruz, com pregos lhe atravessando as mãos e os pés, com as costas dilaceradas, distendidas, a testa sangrando nos pontos perfurados por espinhos, a boca seca, sedenta ao extremo, mergulhada na escuridão do esquecimento de Deus. O crucificado é Deus por mim! Ele colocou de lado a sua imunidade para sentir a dor. Ele entrou em nosso mundo de carne e sangue, lágrimas e morte. Ele sofreu por nós, morrendo em nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados”. [6]

Não se engane, não faça uso de lentes erradas para interpretar a realidade e principalmente pelas implicações que “óculos errados” podem causar.

Concordo que existem pontos diversos para discutir, e que tal discussão ainda será ampliada na medida nos textos futuros desta série sobre as cosmovisões. Mas sempre faremos uso das lentes cristãs – que correspondem com a Verdade que é Cristo – para tal análise.

Toda honra e glória ao Senhor!

Notas:

[1] Isso não quer dizer que o aconselhamento cristão é desnecessário, muito pelo contrário. O aconselhamento é necessário desde que seja pautado na Bíblia Sagrada. O aconselhamento deve ser feito por crentes maduros, preparados na Palavra e chamados para tal. Fugindo deste parâmetro básico, o aconselhamento pode ser transformar numa trágica fábrica de fofocas e destruição moral do aconselhado.

[2] EVANS, C. Stephen. Dicionário de Apologética e Filosofia da Religião. São Paulo: Editora Vida, 2004. p. 36-37.

[3] RAMOS, Robson. Evangelização no mercado pós-moderno. Viçosa: Editora Ultimato, 2003. p.29-30.

[4] FEINBERG, John S. Teísmo. In Enciclopédia histórico-teológica da igreja cristã, vol.III. São Paulo: Edições Vida Nova, 1990. p. 435

[5] Para aprofundamento, sugiro a leitura de GEISLER, Norman. Enciclopédia de apologética. São Paulo: Vida, 2002. P.813-814, verbete “Teísmo”.

[6] STOTT, John. Por que sou cristão? Viçosa: Editora Ultimato, 2004. p.67-68.


Fonte: http://napec.wordpress.com/apologetica/cosmoteismo/ - NAPEC-Apologética Cristã

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

É certo levantar as mãos na hora do louvor?


Se o Senhor deseja que o louvor seja oferecido em espírito e em verdade (João 4.24), por que tantos crentes acham necessário usar as mãos, os braços e movimentos corporais para “entrar no ritmo de adoração”? Por que esta insistência em obter uma dimensão física, a qualquer custo? Mas a Bíblia não dá base para levantarmos as mãos? Existem várias referências nos salmos e uma no Novo Testamento, mas estas referências não dizem respeito ao culto congregacional, conforme mostraremos, e são tiradas do contexto por ensinadores carismáticos. Não é possível que o Senhor exija o levantar as mãos em sua igreja, em contradição à sua regra “em espírito e em verdade”.


Por que Davi levantava a suas mãos, conforme relatamos nos salmos? O que significava sua atitude? Salmos 28.2 afirma: “Ouve-me as vozes súplices a ti clamar por socorro, quando erguer as mãos para o santuário”. Davi estava longe de Jerusalém, provavelmente fugindo de Absalão. Em sua vocação pessoal, Davi levantava suas mãos em direção ao lugar do sacrifício em Jerusalém. Ele fazia isso com o objetivo de se identificar com o sacrifício oferecido pelo sacerdote. Davi não podia estar presente, mas demonstrava sua identificação com a oferta. É importante lembrar que ele não teria feito isso, se estivesse em Jerusalém, visto que apenas o sacerdote oferecia sacrifício. Assim, a atitude de Davi era apenas um ato de identificação da parte de um homem ausente. Isso não era algo realizado habitualmente na adoração.


Em salmos 63.4, Davi disse: Em teu nome, levanto as mãos”. Nesta ocasião, ele estava no deserto de Judá e, novamente, sozinho, longe do lugar do sacrifício. Davi almejava estar no santuário; e isso é expresso no verso 2. No momento do sacrifício, ele levantou mais uma vez as mãos para identificar-se com a oferta da noite.


Em salmos 141.2, Davi é bastante claro no que se refere ao assunto. Estando novamente longe do Tabernáculo, ele roga que sua oferta suba como incenso e: “Seja o erguer das minhas mãos como oferenda vespertina”.


Quando estava longe do Tabernáculo, era por meio desta atitude que Davi expressava sua unidade com o sacrifício vespertino. Sua atitude não era uma atividade congregacional, e sim um gesto pessoal que tinha um significado específico e limitado. A questão é: devemos fazer o mesmo? É claro que não, visto que os sacrifícios já se consumaram. Jesus Cristo cumpriu todas as leis e símbolos envolvidos nos sacrifícios; e o sacrifício vespertino não é mais oferecido. Esta é a razão porque não encontramos no Novo Testamento instruções a respeito de levantar literalmente as mãos durante o louvor. Levantar as mãos (da maneira como Davi fez) reavivaria o ritual envolvido nos sacrifícios, menosprezando o grande sacrifício oferecido uma vez por todas, a morte expiatória de Jesus Cristo.


Hoje, quando pessoas levantam as mãos, elas não fazem como Davi, para identificarem-se com o sacrifício. Elas fazem com um propósito completamente diferente, ou seja, obter um sentimento de “contato” com Deus. É um recurso físico para produzir sentimentos. Esse não era o propósito de Davi.


Três outros salmos mencionam o levantar as mãos, mas se referem a outras questões. Salmos 119.48 fala em levantar as mãos em obediência diária a Deus – tão somente como refere-se aos sacerdotes oferecendo literalmente o sacrifício. Salmos 143.6 descreve a Davi estendendo figurativamente (e não de modo literal) as mãos a Deus, como uma criança indefesa tenta alcançar sua mãe.


Quando Paulo (1Timóteo 2.8) exortou os crentes a orarem “levantando mãos santas”, ele sem dúvida falava em linguagem figurada. Oferecer a Deus “mãos puras” num sentido literal, como crianças que mostram aos pais que lavaram as mãos antes da refeição, seria um absurdo. As mãos representam nossos feitos, e Paulo quer dizer que devemos nos esforçar por santidade, antes de orarmos. A ilustração mais semelhante está em Salmos 24.3-4: “Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração.”


Levantar as mãos é apenas outro exemplo de atividade carismática fundamentada no uso superficial, e talvez ridículo, dos textos bíblicos. Do modo como é feito em nossos dias, levantar as mãos é um artifício humano sem base bíblica e tem o propósito de ajudar as pessoas a entrarem num estado quase místico de emoções estimuladas. Isto é feito em desafio ao princípio “em espírito e em verdade”. Portanto, em vez de promover o louvor ao Senhor, induz as pessoas ao emocionalismo auto-indulgente. Muitos crentes sinceros são mal orientados e aceitam essa prática como algo útil ao senso de comunhão, mas, na verdade, ela é um obstáculo, uma vez que encoraja o uso das emoções em nível humano, e não em um nível espiritual.


Fonte: Livro: "Louvor em Crise" (Perter Masters), resumo e adaptação para o blog: Rev. Ronaldo P Mendes, título original: “Por que levantar as mãos?”
Extraído do blog: [ Solus Christus ]

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quem não ouve cuidado, ouve coitado.

Por Renato Vargens

Certa feita, um garoto ao brincar no quintal de sua casa, inventou de empurrar uma enorme pedra, claramente superior às suas próprias forças. Empurrou-a com as mãos, com os pés, com o corpo, de costas, sem contudo fazer com que a pedra se movesse. O pai , ao observar o inoperante esforço do menino lhe disse: “ Filho, você ainda não usou todos os recursos,”. “Usei, sim, papai”, respondeu o pequeno já quase chorando. “Não”, replicou o pai, “você ainda não pediu a minha ajuda”.

Pois é, por acaso você já se deu conta da existência de pessoas extremamente auto-suficientes. Individuos deste tipo comumente não gostam de pedir ajuda ou ouvir conselhos. Para estes, o que mais importa são suas opiniões e não as dos outros. Lamentavelmente conheço inúmeras pessoas que em nome de uma maturidade burrificada preferem "quebrar a cara" do que pedir opinião a um amigo. Na verdade, o que estes não entendem é que aquele que não ouve cuidado, com certeza ouvirá, coitado.

Caro leitor, a Bíblia é clara em afirmar que a soberba precede à ruína e a altivez de espírito a queda. Do ponto de vista cristão pessoas arrogantes não chegam muito longe, ao contrário das humildes de coração. As Escrituras afirmam categoricamente que Deus exalta os humildes e abate os soberbos. Ora, como já escrevi anteiormente o trajeto que os vencedores traçam nunca foi e nunca será o caminho da presunção e da prepotência, antes pelo contrário, os vencedores carregam em si a marca indelével da humildade. Portanto lembre-se: Os que vencem na vida são aqueles que ainda que possuam excelente auto-estima, bem como discernimento de quem é e do que pode, optaram pelo caminho da modéstia e da humildade.

Pense nisso,

Renato Vargens

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desculpa, Chico Xavier

Marcelo Lemos



Uma grande controvérsia tem movimentado os bastidores do Espiritismo no Brasil: Seria Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec, o ‘grande codificador’ de Lyon? De um lado há o grupo que acredita na tese e, de outro, como em toda controvérsia, aqueles que a negam. Entre os grupos, e mesmo dentre eles, estão os moderados que erguem voz para alertar do perigo de perderem o foco com discussão tão inútil.

Virtualmente ignorante à discussão a que nos referimos, a grande massa segue sendo bombardeada com propaganda espírita por todos os lados. A Rede Globo, por exemplo, parece ter escolhido 2010 como o “Ano do Espiritismo” - a começar pela novela ‘Escrito nas Estrelas’, de Elizabeth Jhin, e a estreante mini-série A Cura, de João Emanuel Carneiro, estrelada por Selton Melo. A história, em nove capítulos, com formato de série americana, conta a história de um médico acusado de matar um colega, e que descobre que tem poder de curar as pessoas através de cirurgias espirituais... O autor declarou em entrevista que a história sobre um curandeiro é algo que sempre quis fazer, pois “é uma forma de abordar o sobrenatural de uma forma bem brasileira”.

Nunca a espiritualidade esteve tão em alta, que os cinemas brasileiros não me deixem mentir. O filme “Chico Xavier”, segundo a Folha de S. Paulo, só na semana de estréia, em Abril, arrastou para frente da telona nada menos que 590 mil pessoas. Desde então, mais de 3 milhões de pessoas já assistiram ao filme. Deu um verdadeiro olé em cima do tão aclamado “Lula, filho do Brasil”, que na estréia se contentou com 220 mil espectadores, e ficou muito perto de “Avatar”, superprodução americana, que atingiu perto de 800 mil espectadores na semana de estréia no Brasil.

Seja na tela do cinema, seja na tela da TV, o fato é que o espiritismo anda em alta ultimamente. Sem pesquisar muito, só citando o que podemos lembrar num segundo, ao menos quatro dos mais bem-sucedidos seriados americanos trazem conteúdo espírita: Cold Case; Supernatural, Médium e Ghost Whisperer. A fórmula parece ir tão bem nos índices de audiência que até seriados mais ‘sérios’, como Grey’s Anatomy, andam flertando com o ‘outro mundo’. Na segunda temporada da série, Meredith Grey, personagem principal da história, fica entre a vida e a morte, e numa EQM, experiência de quase morte, encontra-se com inúmeros falecidos, incluindo um grande amor... Seriam as visões de Grey, apenas reações químicas do cérebro inconsciente? Seriam experiências reais com o sobrenatural? Os autores deixam ao telespectador o sabor de julgar.

Ainda que o risco de alguém vir a se tornar espírita por influencia de qualquer destas obras seja questionável, é de bom juízo, e do dever cristão, conhecer mais de perto o que a Doutrina Espírita pretende ensinar. Tal conhecimento não apenas nos protege de contaminação, como também nos serve de ferramenta na hora de comunicar o Evangelho da Graça àqueles que estejam seduzidos, em maior ou menor grau, por tal filosofia religiosa – e não são poucos, como podemos supor pelos dados acima.

Indo direto ao ponto, e sem pedir desculpas pelo que será dito, o Espiritismo é uma filosofia absolutamente anticristã. Certamente vão chover protestos contra esta afirmação, até porque, os espíritas definem-se a si mesmos como “cristãos”. Na verdade, vão ainda mais longe, ao afirmarem que sua filosofia seria uma mais elevada revelação da mensagem de Jesus. Todavia, basta um breve olhar para se perceber o quanto a Doutrina Espírita contradiz a Mensagem do Cristo.

Para provar este ponto, destaco a forma antibíblica como eles se valem do termo “expiação” – o que nos levará diretamente a outro dogma espírita, a reencarnação. Todo cristão sabe – ou deveria saber – que o termo “expiação” vem lá do Antigo Testamento, quando o povo hebreu foi ordenado a oferecer sacrifícios por seus pecados. Havendo cometido pecado, o homem ofertava a Deus um animal inocente que, tendo seu sangue derramado, expiava a ofensa do pecador, tornado este novamente aceitável a Deus.


“E quando o pecado que cometeram for conhecido, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado...” – Levítico 4.14.


O sacrifício de uma vitima inocente realizava a expiação pelo pecado do transgressor. Este é o conceito bíblico de expiação; evidentemente, tal conceito de expiação se aplica a Obra Expiatória realizada pelo Cristo, nosso Senhor e Deus. Tal realidade já se prefigurava desde os tempos proféticos, e é belissimamente sumarizada no poema de Isaías:


“Seguramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si; nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho. Porém o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” – Isaías 53.4-6.

No entanto, nada disso se aplica a teoria espírita sobre a expiação. No espiritismo não existe salvação por Graça, muito pelo contrário, ali a salvação deve ser buscada a duras penas, como recompensa pelas boas ações dos homens. É bem honesta a forma como um dos espíritos guia de Allan Kardec descreve o mundo imaginado pelo Espiritismo: um purgatório! “Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas” (Livro dos Espíritos, versão digital).

Não existe perdão no Espiritismo, portanto, ali não se fala em Graça Salvadora. O homem, segundo os espíritos guia do kardecismo, não é salvo pela Graça de Cristo, mas por si mesmo. E, neste mundo-purgatório, os homens, através do sofrimento e das boas ações, vão purificando-se, pagando a Deus o que Lhe devem, e alcançando um degrau a mais na evolução espiritual. Mas, como nem sempre dá tempo de pagar todas as dívidas numa única existência, o homem se vê obrigado a reencarnar inúmeras vezes – até que pague o último centavo de sua dívida!


“Um senhor, que tenha sido de grande crueldade para os seus escravos, poderá, por sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a seus semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode, em nova existência, ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. Ser-lhe-á isso uma expiação, que Deus lhe imponha, se ele abusou do seu poder. Também um bom Espírito pode querer encarnar no seio daquelas raças, ocupando posição influente, para fazê-las progredir. Em tal caso, desempenha uma missão” Livro dos Espíritos, versão digital

O Espiritismo não é cristão!

Cristo, a Vítima Inocente, é quem realizou uma perfeita Expiação pelos nossos pecados. Não por menos ser posto como doutrina fundamental da fé cristã uma ‘salvação por graça’, como bem expressa o Santo Apóstolo: “... sendo justificados livremente pela Sua graça, pela redenção que está em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para ser uma propiciação, pela fé no Seu sangue, para demonstração da Sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para a demonstração da Sua justiça, pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para a demonstração, digo, da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3:24-25).

E se acrescente Efésios 2.4-9: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Nossa Redenção encontra-se em Cristo justamente pelo fato de que ele “se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Efésios 5.2). Não reencontramos nosso lugar ao lado de Deus por méritos pessoais, antes, pela Graça de Deus, a qual, por meio de Cristo, nos reconcilia consigo. Este é o ensino de todo o Novo Testamento. “... Cristo morreu por nós. Muito mais então, sendo justificados pelo Seu sangue seremos salvos da ira de Deus por meio dele.” (Romanos 5:8,9). “... nossa páscoa também foi sacrificada, mesmo Cristo.” (1 Coríntios 5:7). “... Cristo morreu por nossos pecados, segundo a Escritura” (I Coríntios 15:3). “Aquele que não conheceu pecado. Fê-lo pecado por nós, para que nEle fossemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). “... ofereceu para sempre um sacrifício pelos pecados” (Hebreus 10:12). “Porque Cristo também sofreu pelos pecados uma vez, o justo pelos injustos, para que nos trouxesse a Deus ...” (I Pedro 3:18). “Cristo nos redimiu da maldição da Lei, fazendo-Se maldição por nós” (Gálatas 3:13). “... foste morto e remiste para Deus com o Teu sangue homens de toda a tribo, língua, povo e nação” (Apocalipse. 5:9).

Foi pesquisando o grande sucesso do filme Chico Xavier, e do fenômeno espírita na mídia, que tive a idéia do título deste artigo. Em minhas andanças na Internet, encontrei uma mensagem de um entusiasta que dizia mais ou menos o seguinte: “Obrigado Chico, por tudo o que você nos ensinou, e para o que tem despertado o Brasil, mesmo de onde você está nos vendo!”. Então, pensei com meus botões: “Chico está nos vendo?”. Bem, o caso é que se eu acreditasse nisto, também teria uma mensagem para este ilustre brasileiro: “Me desculpe a franqueza Chico, mas, ainda que sua filosofia tenha lá suas virtudes, ela não é, e jamais foi cristianismo!”.


“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3.16


Fonte: http://www.genizahvirtual.com/2010/08/desculpa-chico-xavier.html#ixzz0ziEgs9dm

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Não sou, não possuo e nem faço...

Eu não possuo unção apostólica nem tampouco sou apostolo.
Minha adoração não é extravagante, meus louvores não são repetitivos, não canto músicas para o diabo, nem tampouco sou levita do Senhor.
Não demarco territórios com urina, não tenho a unção do leão, nem troco o anjo da guarda. Não sou dualista, muito menos maniqueísta. Não dou ordens a Deus, nem tampouco determino através de atos proféticos o que o Soberano tem que fazer.
Não sou judaizante, não toco shofar, não possuo réplicas da arca e do tabernáculo em minha igreja, como também não sou adepto do retété de Jeová. Não ando com cajado na mão, não tenho a unção do riso, não creio em galo que profetiza, nem meus sapatos são de fogo.
Não fui arrebatado ao terceiro céu, nem tampouco tive uma nova e especial revelação. Não uso sal grosso para espantar mal olhado, não saio por aí ungindo objetos inanimados, nem tampouco sincretizo o evangelho do meu Salvador. Não manipulo anjos, não comercializo a fé, não vendo indulgências. Não prego a graça barata, nem tenho por hábito quebrar maldições.

Graças a Deus que nada sou.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens
Fonte: Blog do autor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Doutrina e Divergência

Por: Abraham Kuyper

A questão das divergências doutrinárias no seio da igreja tem sido discutida à exaustão por teólogos e líderes eclesiásticos.
Trata-se do seguinte: será que duas doutrinas distintas não podem ser mantidas no contexto da mesma igreja? Não deveríamos permitir divergências? Não deveríamos ser tolerantes e acobertar ou ignorar esses pontos de divergência a fim de manter a paz? Será que não poderíamos pelo menos moderar as diferenças, mantendo-as dentro de certos parâmetros?
Como de costume, buscamos pela resposta na Palavra de Deus. É nela que encontraremos os parâmetros dentro dos quais devemos permanecer.
Há três fases a considerar: nossa própria atitude em relação a tais divergências, os próprios pontos de divergência e, finalmente, as pessoas de quem nós divergimos.
Em relação à nossa atitude, não devemos de forma alguma deixar que interesses pessoais (ou que qualquer sentimento de animosidade em relação àqueles que discordam de nós) interfiram no nosso zelo na defesa da verdade. É nosso dever odiar qualquer inverdade e qualquer mal por amor a Deus, e é nosso dever tentar trazer de volta ao caminho correto aqueles que se desviaram.
Quando Moisés despedaçou as tábuas da lei no monte e reduziu a pó o bezerro de ouro, ele não estava a dar vazão à sua raiva pessoal e amarga, mas sim expressando seu zeolo por Deus. Isso é evidente no fato de ter ele implorado para ter seu nome removido do livro de Deus para evitar que Deus desonrasse Seu Santo Nome destruindo os israelitas. Paulo exige a mesma atitude de cada servo de Cristo ao escrever a Timóteo: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade…” (2Tim. II, 24-25). Além disso, “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (2Tim. IV, 2). Tais palavras não ensinam indolência ou indiferença ou silêncio para com a crença dos outros, mas de fato insistem que, em todo protesto contra falsas doutrinas, a motivação não deve ser o sentimento pessoal, mas sim, a glória de Deus e a edificação de nossos irmãos, incluindo aqueles de quem discordamos.
Os próprios pontos de divergência também devem ser levados em conta, independentemente de serem ou não doutrina fundamental. Onde houver divergência de interpretação de uma certa passagem da Escritura mas nenhuma doutrina fundamental for envolvida, deve haver tolerência. Uma pessoa tem direito à sua opinião sem negar esse direito a outra: o leitor cristão é livre para aceitar aquela interpretação que ele, guiado pelo Espírito Santo que habita em si, julgar ser mais correta (ou menos problemática). Isso é parte da liberdade que têm os filhos de Deus. Ora, nós só conhecemos em parte, e nós só profetizamos em parte, porque enxergamos tudo embaçado. E é através da própria variedade de opiniões que, por vezes, o sentido de uma passagem é esclarecido com o passar do tempo.
Todavia, se a interpretação for tal que contradiga algum artigo da fé, então deve ser refutada, pois a verdade do Evangelho deve ser defendida contra toda falsa doutrina.
Veja, por exemplo, o que Cristo diz: “meu Pai é maior do que eu” (Jo. XIV, 28). Alguns interpretam isso como uma alusão à Sua natureza humana. Outros dizem que Jesus queria ressaltar Seu estado de humilhação. E outros entendem que isso significa que, na condição de nosso Mediador, ao se tornar obediente ao Seu Pai, Cristo se humilhou. Nenhum dos três entra em conflito com as confissões. Contudo, se o texto for interpretado como se dissesse que Cristo revoga divindade, que Ele nega Sua unidade essencial com o Pai, então nos deparamos com uma doutrina que se choca contra a confissão de que Cristo é verdadeiro e eterno Deus. Tal divergência não pode ser tolerada no seio da igreja.
Finalmente, consideremos as pessoas que são desviadas por falsas opiniões e doutrinas. Tais pessoas podem ser classificadas de duas formas: aqueles neófitos ou fracos na fé e aqueles que são fortes e que defendem forte e abertamente as suas ideias e pelejam para ganhar adeptos. A primeira categoria deve ser tratada gentilmente, e instruída em uma porção maior da verdade, no intuito de que cresçam na fé. Devemos ser pacientes com os que são fracos.
Entretanto, não podemos ser tolerantes com aqueles que aceitam e que ensinam doutrinas que não estão de acordo com a Palavra de Deus. Temos o dever de defender veementemente a verdade, de modo que, se possível, eles possam ser ganhados de volta, ou pelo menos advertidos de seu erro. O conselho completo de Deus lhes deveria ser exposto de modo simples e claro.
Tolerância e paciência, portanto, devem certamente caracterizar a nossa atitude pessoal em geral e também nos casos de divergência pequena. Paciência também é chave ao lidar com aqueles que são neófitos ou fracos na fé.

Contudo, aqueles que ensinam qualquer coisa contrária à Palavra de Deus não podem permanecer na igreja de Deus.
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Sobre o autor: O escritor holandês Abraham Kuyper (1837-1920), filósofo, teólogo e estadista, fez parte de um movimento de reforma interna da igreja holandesa e depois tornou-se primeiro-ministro de seu país. É mais conhecido através de suas Preleções Stone a respeito da cosmovisão reformada e de seus livros devocionais. É considerado o pai fundador do movimento neocalvinista por conta do desenvolvimento da teoria das esferas de soberania e um dos principais líderes políticos cristãos conservadores do século XX.

Traduzido por: Lucas G. Freire.
Fonte: The Practice of Godliness (Grand Rapids: Eerdmans, 1948), pp.47-49.
Extraído do blog: [ Neocalvinismo sem Mundanismo ]
Via: [ Eleitos de Deus ]